Não o escolhes a ele, provavelmente ele te escolherá a ti; talvez nunca me irei esbarrar novamente contra ele na rua, nem ele me irá seguir e pregar-me um susto de morte. Mas sim, ele já falou comigo, tem uma voz doce e uma atitude serena, é belo poeta de narrativas brilhantes e falou as mais belas palavras que já ouvi. Pouco foi preciso para ser o meu melhor conselheiro, um amigo leal que afastava tudo o que de mau existia. Fez-me ter asas, fez-me ser mais do que o que imaginava ser, cegou-me e tornou-se os meus olhos, calou-me e fez-se a minha voz, paralisou-me e tornou-se a minha alma. Quando dei conta de mim, já não era nada para dar conta, um ser cego, mudo, surdo e acorrentado a ilusões de um demónio com asas de anjo que falava veneno com sabor a doçura e cantava a morte em tom de melodia.
Fez-me sufocar em tristeza, chorar sangue e arder em cinzas. Acorrentou-me a falsas esperanças, das quais não conseguía fugir, vendi a minha alma em troca de tudo, perdi a minha alma e não possuía nada. Tudo o que eu queria era que o manto de ilusões caísse e tudo fosse verdade, que tudo o que o amor me falou não fosse mentira, no fundo só a queria a ela.
Hoje sei que por muito que tenha medo de voltar a sentir o mesmo e que este tal amor esteja bem enterrado dentro de mim, em trevas que não conheço, espero ansiosamente pelas suas ilusões e de lhe oferecer a minha alma, pois viver preso e envolto em tristeza nunca me deixara tão feliz.
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